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quinta-feira, 10 de março de 2011

Eco Frotas









A Secretaria Municipal dos Transportes de São Paulo (SMT-SP) colocou em circulação na segunda-feira (14/2) 1,2 mil ônibus movidos a combustíveis menos poluentes. A chamada ecofrota vai ser usada em cerca de 200 linhas que prestam serviço na Zona Leste da capital paulista. Segundo o órgão da prefeitura, esses veículos devem reduzir em 22% a emissão de material particulado, 13% de monóxido de carbono e 10% de hidrocarbonetos despejados na atmosfera da cidade.

O número de ônibus que compõem a ecofrota corresponde a cerca de 10% da frota. Segundo a prefeitura, a quantidade de veículos ambientalmente sustentáveis crescerá gradualmente na cidade, uma vez que a Lei de Mudanças Climáticas (2009) prevê que todo o sistema de transporte público deve usar combustível renovável até 2018.

“É um projeto de modificação da matriz energética da cidade de São Paulo. Queremos acabar com o uso de combustível fóssil (diesel)”, destacou ao Estadão.com o secretário Marcelo Cardinale Branco.

Os ônibus apresentados são da empresa Viação Itaim Paulista (VIP) e usam o combustível B20 - que mistura 20% de biodiesel ao combustível convencional, o diesel. Os veículos terão adesivos com a inscrição “ecofrota” e, em destaque, a matriz energética usada será descrita: por exemplo, álcool, 20% de biodiesel ou híbrido (ônibus que também usa energia elétrica quando está mais lento).

A prefeitura afirma que vai usar o dinheiro arrecadado com as multas por falta de inspeção veicular para subsidiar os combustíveis menos poluentes e o investimento na frota adaptada. Desde dezembro de 2010, a fiscalização foi intensificada com o uso dos radares da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) para flagrar os infratores. No entanto, ainda não foi divulgado um balanço das multas aplicadas pelos equipamentos.

“Se os recursos das multas forem escassos, e nós esperamos que não haja multa, então vamos complementar com recursos do orçamento para que o programa possa prosseguir”, explicou o prefeito Gilberto Kassab (DEM).

Em novembro de 2010, foi anunciada a compra de 50 ônibus movidos a etanol, por uma empresa do sistema. Em março, serão realizados novos testes com um ônibus híbrido, que, além do motor a diesel, utiliza energia elétrica a partir de baterias quando circula a menos de 20 km/h no trânsito. De acordo com a SMT-SP, também foram renovados 140 dos 200 veículos elétricos em circulação na capital, os “trolébus” - 11 deles já estão em operação.

Os índices de monóxido de carbono podem ser acompanhados em tempo real no Emissômetro, instrumento que permite o acompanhamento, segundo a segundo, dos ganhos ambientais obtidos com a redução da emissão de poluentes na atmosfera.

A SMT-SP informou que, desde janeiro de 2005, quando começou a ser calculada a quantidade de gases despejados na atmosfera, deixaram de ser emitidas mais de 9 mil toneladas de gases poluentes, em função da renovação da frota por veículos mais modernos. Somente em 2010, 3.280 toneladas deixaram de ser emitidas em virtude da troca dos ônibus.

Dados da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), apontam que 12 mil internações e 875 mortes são registradas anualmente na cidade em decorrência de partículas inaláveis e ozônio. Os pesquisadores revelam que as doenças oriundas da poluição custam US$ 190 milhões aos cofres públicos, somente em São Paulo.

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